Caio no covil,
dou de caras com o lobo,
que susto,
que animal robusto!
que susto,
que animal robusto!
Fico sem reação,
ele tipo bobo,
temo que seja vil,
esse animal,
Augusto!
ele tipo bobo,
temo que seja vil,
esse animal,
Augusto!
(canis lupus)
Encadeia-me com seu olhar,
à frente do nariz,
não vejo palmo,
deixo de pensar,
à frente do nariz,
não vejo palmo,
deixo de pensar,
feroz, parece feliz,
estará calmo?
Ai de mim,
que estou presa,
estará calmo?
Ai de mim,
que estou presa,
presa em seu ecossistema,
prevejo o fim.
prevejo o fim.
Enorme é a beleza,
imenso o problema,
tento vislumbrar solução,
pôr-me na sua pele,
imenso o problema,
tento vislumbrar solução,
pôr-me na sua pele,
tento a sedução,
entender o seu papel,
mas para tamanho patife,
(hélas!)
entender o seu papel,
mas para tamanho patife,
(hélas!)
não passo dum bife,
assumo-me uma isca,
nem tanto,
mera patanisca.
assumo-me uma isca,
nem tanto,
mera patanisca.
Todavia trato do assunto,
com delicadeza,
tento a diplomacia,
e para meu espanto,
com delicadeza,
tento a diplomacia,
e para meu espanto,
com a devida distância,
e alguma frieza,
mete conversa comigo,
o lobo quer ser meu amigo,
e alguma frieza,
mete conversa comigo,
o lobo quer ser meu amigo,
criamos proximidade,
cada um no seu lugar,
sinto-me à vontade
(uf, la détente!),
cada um no seu lugar,
sinto-me à vontade
(uf, la détente!),
começo a respirar,
será uma cara metade,
esse ser astuto?
Sim,
será uma cara metade,
esse ser astuto?
Sim,
subsisto ao luto,
na força somos resistentes,
na trincheira
lado a lado,
na força somos resistentes,
na trincheira
lado a lado,
sobreviventes
trilhamos caminho mútuo.
trilhamos caminho mútuo.
© Maria
Clara C’Ovo, 2015.
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