quarta-feira, 28 de outubro de 2015

CEGONHA

Minha engrenagem roda:
recito minha vida 
em cada intervalo.
Nascem flores no jardim.
Canto o amor e
acontece assim.
Ao dizer do mundo a beleza:
germinam frágeis avencas.
Nados vivos, expulsos, 
aparatosos 
na marquesa.
O feitiço minhas palavras enrola,
porque não o aprendi na escola?
Crio por escrito uma nova
(in)disciplina:
Magias.
Na claridade surgem estátuas, 
Modiglianis.
Oiço no rádio versos, cantatas, 
poemas, alegrias.
Nas mangas 
das crianças pequenas
crescem verbenas.


© Maria Clara C’Ovo, 2015.




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