segunda-feira, 27 de julho de 2015

CANTIGA DE AMIGO

Trocámos sorrisos de papel
Os olhos cruzaram-se nas letras
Escritas nestas linhas de mel
Transformámos sílabas em festas

Mantivemos depois frases cúmplices
Leste-me  ideias em palavras
O verbo inventou-nos multíplices
Para conversarmos entre aspas

Entendes este linguajar
Esta tão marginal oração
Arengas tristes de solidão

Nas nossas epístolas, amigo.
Entregamo-nos sem condição.
Fazemos da língua um abrigo.


Maria Clara C’Ovo

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