quinta-feira, 30 de julho de 2015

A CORUJA

É uma sensação nascente
Um impulso molecular
Vontade de ser diferente
Enraivecer para fugir
Furar barreiras, escapar

Voar...

A alma virada do avesso
Soltar as rédeas da fúria
E grito!
Desobedeço.
Ser travesso.
Arrisco!
Desafiando a penúria, deliro na minha loucura
Entre medos, monstros, degredos
Espectros, duendes, fantasistas
Perdida em amores extemporâneos
Vou inspirando o frio ardente
Sorvo os fumos alquimistas

Cega por cabelos convulsos
Por multidões asfixiadas,
Vagueio.
Pela rua em fuga
À noite,
Embala-me o canto da coruja
E deambulando
Conto-te as minhas histórias
A vida dita e cuja
O meu enredo
Fabulando o meu sentido.
Conquisto caminhos e vitórias.

Maria Clara C’Ovo



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