Fecho gavetas, com aprumo, ordeno prateleiras, arrumo
Livros pelo abecedário, direitinhos, como contas dum rosário,
Limpo o pó, arquivo o passado, em envelopes por entre elásticos,
Faço fichas, lembro-me de tudo,
Até lavo sempre os dentes antes do ó ó, branquinhos,
Medidos ao milímetro, cubro tudo com plásticos, contudo,
Meu amigo, mesmo assim, não consigo, é escusado,
Porque ficam de fora as soquetes, entaladas, do avesso?
- - São ossos do ofício duma vida em verso.
© Maria Clara C’Ovo, 2015
Imagem in: American National Government (blog) |
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