sexta-feira, 25 de setembro de 2015

AUDIO

Oiço-te dia a dia,
as palavras doces,

da tua voz, a melodia

suspensa

ante teus solos
ou serão monólogos?

Acaricia-me o timbre,
quando te declaras,
dos teu afagos poéticos,
às claras.

Enternecem-me as risadas.
Subentendo os elogios,
as gargalhadas.

Por vezes o tom é alto,
outras vezes mais grave
e frio
mas escuto.

Escuto

as  tuas reprimendas, as críticas, as tuas fúrias
tremendas.

Acompanho o choro,
os soluços, vivencio.

Porque assim te expressas
quando me iluminas
com teu silêncio?


© Maria Clara C’Ovo, 2015.


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